segunda-feira, 19 de abril de 2010

Fim de jogo

   Manipulo precisamente cada peão do meu tabuleiro. Jogada certeira, fatal. Cada passo é estudado, milimetrizado para não haver vestígios de derrota. Conheço o adversário, cada um deles. Conheço cada ideia, cada movimento estrategicamente planejado. Penso como eles, jogo como eles, sinto e analiso como cada um. Blefo, que bela ferramenta. Tombo-os lentamente abrindo passagem pelos demais, estes recuam, enfraquecem. Vou recolhendo suas dignidades que se perderam em meio o preto e o branco sob os pés, honra, moral espalhadas pelo chão. Tropeço em algumas delas, mas consigo alcançar a outra extremidade da disputa. Arrisco uma olhadela, contemplo os corpos que estirei. O alívio penetra, o orgulho absorve. Xeque mate!

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