segunda-feira, 20 de junho de 2011

A incivilidade movendo o mundo

   Batizada com sua cega e sagrada ignorância, a humanidade demorou incontáveis dezenas de milhares de anos para conseguir se organizar em sociedade civilizada e manter os hábitos do bom e velho convívio social. Há milhares de anos foi revelado ao homem a necessidade do outro para a sua própria manutenção e sobrevivência, porém com tanto tempo transcorrido, a civilidade ainda não bateu em todas as portas.
   Gestos como um simples bom dia entre estranhos, ceder qualquer lugar que seja para um idoso ou uma gestante, simplesmente não fazer tumulto na fila do ônibus são atos que praticamente se desfamiliarizaram para massas de indivíduos. Mas a incivilidade não anda apenas por trás das gentilezas suprimidas, chegamos a um ponto em que a ética, moral, higiêne, educação e senso de comportamento se desprenderam de seus reais significados.
   Nos chamados lugares públicos as pessoas não podem mais transitar e desfrutar do que por lei pertence a todos. Essa expressão virou sinônimo de vadiagem, agressão e sujeira gratuita. Calçadas alheias viraram privada para os animais de estimação, praças ao ar livre transformaram-se em palco de homicídios e o terreno baldio pode agora ser usado como lixão, ja que não pertence a ninguém, supõe-se.
   A intolerância religiosa, sexual, regional e pessoal que ainda possuía um mínimo de descrição ja não é suficiente para a população insatisfeita. Querem colocar a boca  no trombone mesmo, falar o que pensa, dizer o que vier na "telha" e por que não? A impunidade é uma utopia por aqui. Aliás, o Brasil é um lugar público então vamos avacalhar.
   Os revolucionários atuais que querem mudar drasticamente a sociedade em que vivem, confundem o conceito de anarquismo com bagunça e desrespeito. Precisamos ser governados, ao contrario destruiriamos uns aos outros. A humanidade não consegue estruturar-se sozinha, mas nada que alguns milênios não façam a diferença.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Igualdade amorosa

   Recentemente o Brasil mostrou ao resto do mundo que é mais do que um país de negócios, se tornou mais humano e acolhedor, conciliando justiça e respeito à toda população. Com a aprovação da união entre homossexuais pelo Supremo Tribunal Federal, firmou o conceito de igualdade que para alguns brasileiros ainda deixava a desejar.
  Uma nova época começa no país, uma época de amor e cidadania. São tempos onde qualquer um é livre para descobrir-se, revelar-se e amar sem limitações embora ainda exista, e imagino eu que sempre existirá, um preconceito esclarecido de grupos isolados.
   Infelizmente, tenho conhecidos e até pais de conhecidos que acham um absurdo tal aprovação, não disfarçam a homofobia e nem sequer tentam se informar mais sobre o assunto, ou melhor, ser mais sensível à situação. É uma pena conviver com pessoas que pensam que apenas homem e mulher têm o encaixe perfeito.
  Outra barreira para os homoafetivos é a Igreja Católica e alguns de seus adeptos. Não ataco a doutrina divina, pelo contrário, só penso que se Ele próprio pregava o amor, por que insignificantes seres humanos como nós iríamos impedi-lo de acontecer, independente dos sexos envolvidos?
  Precisamos ser mais flexíveis a ponto de ter a cabeça disponível para receber novas concepções. A humanidade só irá para frente se os próprios humanos derem o primeiro passo e derrubarem todos os obstáculos que os impedem de ser inteiramente felizes. Somos capazes de evoluir e somos capazes de respeitar o amor do próximo.

terça-feira, 8 de março de 2011

A sociedade enoja o homem

 O poder é uma arma admirável, uma arma que usada com a inteligência necessária poderia governar e beneficiar o ser humano de uma forma racional, mas hoje, nessa sociedade gananciosa qual é o real valor dele? Quais foram as vantagens para quem depende inteiramente de forças superiores?
 Trabalhadores abaixam a cabeça e aceitam o salário de 545 reais para sustentar a família que vive bem aos olhos do governo. Onde o trabalho digniza o homem? Onde o torna nobre? Não é orgulho nenhum subsistir e assistir o sutil aumento de mais de 60% no salário dos senadores enquanto seu filho está fora da escola catando latinhas para aumentar a renda da casa.
 Somos dominados e escravizados por uma elite que contenta-se em jogar as migalhas para os demais e estes que se virem, tendo uma, cinco ou dez bocas para sustentar. Parece que o maior erro da população é ter filhos, pois para os poderosos um salário mínimo é suficiente para uma vida confortável.
 Construímos casas em morros, perdemos tudo, móveis, aparelhos eletrônicos, pessoas e como se não fosse suficiente somos apontados como culpados por construir uma singela moradia em áreas de risco. Depois de tudo abaixamos a cabeça novamente, cimentamos tijolo por tijolo, madeira por madeira ou o que quer que seja e seguimos em frente, afinal, nascemos assim e morreremos assim porque ascensão de classe social é impossível numa sociedade egoísta.
 Onde está a filantropia e o altruísmo? A sociedade precisa ser consertada, nós seres humanos não precisamos de ajuda, precisamos de justiça. Somos engolidos pelos poderosos deixando suas barrigas cheias enquanto a nossa permanece vazia, pois esse mês usamos o dinheiro do pão para pagar a conta de luz.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Autocontrole

Quero sim todos os sorrisos do mundo, toda simplicidade da vida, toda pureza da flor.
Pode me chamar de egoísmo: o comedido,  o recatado, o indolor.
Mas sou uma criatura inocente, que anseia gente, o teu sabor;
Roubo apenas um pedaço, do seu abraço, teu calor.
E não me culpo por ser assim, acrescentando tanta emoção;
Quero mesmo é filtrar, toda palavra, sua atenção.
Não me contento com a alegria, com a luz e com gratidão
A vida é mais que isso, eu me ofereço a imensidão.
E digo certa e simplesmente, se me abordarem qual é a intenção
Sou egoísta e sem limites
Me ensinei essa lição.