quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Malhando o cérebro

   Mulheres, em qual esquina do tempo o tamanho do diâmetro da sua coxa ou o quão fina é sua cintura ganhou mais importância em detrimento da quantidade de neurônios que ainda restam na sua massa encefálica? Em todos os indivíduos racionais do planeta Terra, tanto homens como mulheres, há um órgão escondido em nosso corpo que guarda a concentração de beleza mais admirável no ser humano. Por conter esse tesouro (nota-se que algumas pessoas nem sabem que existe e não fazem o mínimo de esforço para encontrá-lo), é protegido a sete chaves por um escudo forte e proeminente conhecido como crânio.
   Com a chegada do século XXI, as academias e spas foram extintas completamente da crosta terrestre. Não se encontram mais perdidos no meio dessa indústria da beleza lugares voltados puramente para exercícios físicos que visam a saúde do corpo num sentido holístico. O que se vê hoje, é um mercado estético que cresce quase que com a mesma velocidade que corre a luz. Precisa-se ganhar dinheiro e, obter lucro com a insatisfação física alheia é um bom negócio. 
   É por isso que a partir de agora devemos parar de cuidar do nosso corpinho tão querido e nos entregar às delícias e prazeres do universo fast-food e coca-cola. Não, não é isso. Absolutamente ninguém é obrigado a conviver e aceitar partes físicas do corpo que não lhe agradam, não fazem bem, não proporcionam plena satisfação. A autoestima é uma arma poderosa para a felicidade, mas não é necessariamente preciso se tornar uma panicat e seguir esse estilo de vida como se pernas, seios e bundas fossem deuses de uma religião a serem idolatrados. 
   Uma pergunta para o sexo masculino agora: quantas vezes já não olharam para uma mulher de corpo escultural, de dar inveja, de parar o trânsito da cidade inteira de São Paulo e te fazer usar um babador pra não babar na própria roupa? E quantas vezes, ao abrir a boca, essa mulher não destruiu todo o encantamento que havia lançado sobre os pobres mortais? E para as mulheres que se deixam conquistar e caem de quatro aos pés de fortões com a barriga que te faz implorar para lavar roupa, só uma coisa, ignorância se tornou obsoleta nos dias atuais.
   Isso tudo não é uma crítica desenfreada à quem cultua a beleza da forma. É bonito ter e é bonito ver um corpo bem trabalhado caminhando por aí. Entretanto, se esse corpo bem trabalhado nunca leu e nem pretende ler um livro, por mais que contenha mais imagens do que frases e parágrafos completos, então sim, essa é uma crítica sem freios e um salve à todas as magrinhas e cheinhas de plantão que estão mais interessadas em colecionar livros lidos do que centímetros ganhos na prática do agachamento.

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