tag:blogger.com,1999:blog-25638553131386028382024-03-05T16:16:20.777-03:00O reverso da medalhaPriscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-67269990884143878542013-11-30T21:54:00.000-02:002013-11-30T21:54:06.759-02:00"Filho de peixe, peixinho é", uma ova!Para mim, o tão famoso ditado popular "tal pai, tal filho" não faz sentido algum. Sempre que uma cria reflete as ações ou atitudes dos membros dos galhos acima de sua árvore genealógica, os bisbilhoteiros de plantão recorrem a tal ridículo ditado ou limitam-se ao velho e bom "Filho de peixe, peixinho é". Cara, isso é uma burrice sem tamanho. Veja bem meu caso. Eu, que sempre tentei me libertar dos laços burgueses e caretas, causei um rebuliço na sociedade brasileira do início do século XX. Eu e meus discípulos sempre corremos atrás do novo, do original, daquilo que conseguisse, se não plenamente, pelo menos quase, expressar o que de mais íntimo possa haver no espírito humano. Lutar por causas nobres que arrastassem uma avalanche de corações. Enfim, não é esse o ponto. Meu filho, sangue do meu sangue, cujo caráter tentei moldar com as virtudes mais dignas do ser humano, resolve fazer o que? Negar a própria origem. Andam dizendo por aí que ele é a mais nova novidade da nossa era. Rebelde, subversivo e dono de um egoísmo tamanho que me parte o coração ter que concordar. Individualista, vaidoso, dono de uma fome tremenda por esses produtos que fazem com que você se encante com a luz do céu projetada, mas se recuse a olhar para a janela. Esses dias mesmo, ele teve a coragem de me dizer que a vida era muito curta para ser um ativista ou simpatizante de uma causa maior; o importante mesmo era curtir, curtir o máximo que pudesse e cumprir o mínimo de obrigações exigidas pela sociedade. Disse que era interessantíssimo voltar a época ou reproduzir nos tempos de hoje a época em que a realidade era retratada tal como é nas obras de arte, mas,com uma pitada a mais: a realidade imitada deveria ser mais atrativa e sedutora do que ela própria. Como assim? Eu perguntei. "Façamos a ilustração de um bolo em sua embalagem mais bonita e colorida do que ele será ao vivo e a cores". Você quer dizer que devemos enganar o consumidor? "Não enganar. Deixar que ele próprio se engane ao negar sua futilidade e pobreza de espírito". Meu filho usa das formas e formatos para persuadir seus seguidores. Pincela com toques contemporâneos produtos que já estão no mercado há décadas. Ele não esconde seu fascínio pelo kitsch, pelo burguês, pela falsa adoração a cultura cult. Meu filho é o entusiasta melancólico, cabem tudo e todos e na mistura dos ingredientes a gente vê o que dá. O problema é que ele está achando ser a última bolacha do pacote, o desenlace com as vanguardas que lhe deram o nome. Sim, porque o Pós Modernismo também é conhecido como Modernismo Júnior.Ele pode tentar esconder, dissimular, mas ele nunca deixará de ser o que é: fruto do meu ser, sangue do meu sangue. Não nego, porém, que existam muitas diferenças entre nós; ele como todo filho, deseja se desvincular da caretice dos pais, buscar seu próprio caminho. Isso eu entendo. Mas, às vezes ele se esquece que eu sou o Modernismo e, que depois de mim, o que vier é apenas cópia.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-17002783360959211102013-08-04T13:50:00.000-03:002013-08-04T13:50:22.332-03:00Epílogo (Mario Quintana)"Não, o melhor é não falares, não explicares coisa alguma. Tudo agora está suspenso. Nada aguenta mais nada. E sabe Deus o que é que desencadeia as catástrofes, o que é que derruba um castelo de cartas! Não se sabe...Umas vezes passa uma avalanche e não morre uma mosca...Outras vezes senta uma mosca e desaba uma cidade".Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-58790300677433658862012-11-06T22:08:00.000-02:002012-12-25T06:03:06.940-02:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQUs7ElbTdLrhyphenhyphenvcatIE4XDSXYYuvL6zrURx6W0QajM2d8m0bmYmYRQdzhIIZp75rbjZpIyNZzOxVM0KrDnqyUClnuiui1yT791JukIKp0NqsFRgRclrZA-iV7jXTlF0dGC8as2DClv3c/s1600/cerebro-neuronio-morte-20110314-size-598.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQUs7ElbTdLrhyphenhyphenvcatIE4XDSXYYuvL6zrURx6W0QajM2d8m0bmYmYRQdzhIIZp75rbjZpIyNZzOxVM0KrDnqyUClnuiui1yT791JukIKp0NqsFRgRclrZA-iV7jXTlF0dGC8as2DClv3c/s320/cerebro-neuronio-morte-20110314-size-598.jpg" width="320" /></a> Vivo tropeçando em uma questão que indubitavelmente todos os outros adultos pensantes também já se depararam em algum ou vários momentos da vida. Ela está em qualquer lugar, na boca de qualquer um. Uma simples expressão com um ponto de interrogação no final que nos leva a uma viagem pelos terrenos mais íngremes da consciência humana em busca de uma resposta cabível ao que realmente está sendo perguntado. "O que você deseja?"- de atendentes de lojas de departamento ao assopro da vela numa festinha de aniversário.<br />
<div>
Está por todo lado, todo mundo quer saber. Seria uma boneca, um emprego, um tênis novo? Que tal uma cervejada com um velho amigo para relembrar histórias que já estão carecas de contar? Seu desejo é válido e não custa nada. Mas me diz, está acima do plano material? Seria um amor, paz, pedido de perdão? Contato alienígena?</div>
<div>
Sempre fiquei muito encucada com esse tipo de indagação. É profundo e um tanto paradoxal. Posso desejar ao mesmo tempo coisas opostas que se chocarão lá na frente e sabe-se lá o resultado disso. Entretanto e finalmente, depois de colecionar um imenso acervo da mesmice dessas perguntas, encontrei meu ponto de partida.</div>
<div>
Meu grande e único desejo é ser dona de um cérebro poderoso. Um cérebro que utilize o máximo da sua capacidade cognitiva e não apenas esses míseros 10% (ou menos) que nós seres humanos estamos fadados a aceitar. Um cérebro grande, produtivo, extraordinariamente capaz de desenvolver e atingir o grau máximo de raciocínio. Um órgão que tenha a cara e a coragem para sair às ruas e enfrentar os psicopatas de colarinho, a mídia sufocante, as desigualdades socioculturais. Um órgão que ao parar e pensar - "Ei, peraí, isso tá errado" - não fique estagnado, mas que arregace as mangas e vá ao trabalho, grite ao mundo, compartilhe a indignação. Imagine a influência de um cérebro que aja sem medo das repressões posteriores, que não se frustre com as verdades omitidas e nem engula a comida que os chefões de Estado mastigam antes de despejarem em nossas mesas. Um cérebro forte e intocável pelas ameaças, capaz de discernir o que está por trás da venda que lhe tapa os olhos. Um cérebro de boa índole preparado para a barbárie universal.<br />
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-69657219345861313072012-10-29T14:35:00.000-02:002012-10-29T14:41:23.687-02:00Forbidden Love<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinT-xmiG_tUpoNEvV6lO0j32FHkzTUpmK5StH2NctpF2CUFcJXT66IScJXnhXxNuAEfwnFqwxZ2cTDyw7G0AAumqW3vvinZL6XKhu9VCtp_RwFMW2nJucKCbP_ZzHFHT6sHxr5WReL2n4/s1600/ZZ2D914249.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinT-xmiG_tUpoNEvV6lO0j32FHkzTUpmK5StH2NctpF2CUFcJXT66IScJXnhXxNuAEfwnFqwxZ2cTDyw7G0AAumqW3vvinZL6XKhu9VCtp_RwFMW2nJucKCbP_ZzHFHT6sHxr5WReL2n4/s400/ZZ2D914249.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-39370351701121509332012-08-16T14:24:00.000-03:002012-10-29T18:11:48.472-02:00Malhando o cérebro Mulheres, em qual esquina do tempo o tamanho do diâmetro da sua coxa ou o quão fina é sua cintura ganhou mais importância em detrimento da quantidade de neurônios que ainda restam na sua massa encefálica? Em todos os indivíduos racionais do planeta Terra, tanto homens como mulheres, há um órgão escondido em nosso corpo que guarda a concentração de beleza mais admirável no ser humano. Por conter esse tesouro (nota-se que algumas pessoas nem sabem que existe e não fazem o mínimo de esforço para encontrá-lo), é protegido a sete chaves por um escudo forte e proeminente conhecido como crânio.<br />
<div>
Com a chegada do século XXI, as academias e spas foram extintas completamente da crosta terrestre. Não se encontram mais perdidos no meio dessa indústria da beleza lugares voltados puramente para exercícios físicos que visam a saúde do corpo num sentido holístico. O que se vê hoje, é um mercado estético que cresce quase que com a mesma velocidade que corre a luz. Precisa-se ganhar dinheiro e, obter lucro com a insatisfação física alheia é um bom negócio. </div>
<div>
É por isso que a partir de agora devemos parar de cuidar do nosso corpinho tão querido e nos entregar às delícias e prazeres do universo fast-food e coca-cola. Não, não é isso. Absolutamente ninguém é obrigado a conviver e aceitar partes físicas do corpo que não lhe agradam, não fazem bem, não proporcionam plena satisfação. A autoestima é uma arma poderosa para a felicidade, mas não é necessariamente preciso se tornar uma panicat e seguir esse estilo de vida como se pernas, seios e bundas fossem deuses de uma religião a serem idolatrados. </div>
<div>
Uma pergunta para o sexo masculino agora: quantas vezes já não olharam para uma mulher de corpo escultural, de dar inveja, de parar o trânsito da cidade inteira de São Paulo e te fazer usar um babador pra não babar na própria roupa? E quantas vezes, ao abrir a boca, essa mulher não destruiu todo o encantamento que havia lançado sobre os pobres mortais? E para as mulheres que se deixam conquistar e caem de quatro aos pés de fortões com a barriga que te faz implorar para lavar roupa, só uma coisa, ignorância se tornou obsoleta nos dias atuais.</div>
<div>
Isso tudo não é uma crítica desenfreada à quem cultua a beleza da forma. É bonito ter e é bonito ver um corpo bem trabalhado caminhando por aí. Entretanto, se esse corpo bem trabalhado nunca leu e nem pretende ler um livro, por mais que contenha mais imagens do que frases e parágrafos completos, então sim, essa é uma crítica sem freios e um salve à todas as magrinhas e cheinhas de plantão que estão mais interessadas em colecionar livros lidos do que centímetros ganhos na prática do agachamento.</div>
Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-10407923504498905512011-06-20T21:26:00.004-03:002012-10-29T18:18:45.450-02:00A incivilidade movendo o mundo Batizada com sua cega e sagrada ignorância, a humanidade demorou incontáveis dezenas de milhares de anos para conseguir se organizar em sociedade civilizada e manter os hábitos do bom e velho convívio social. Há milhares de anos foi revelado ao homem a necessidade do outro para a sua própria manutenção e sobrevivência, porém com tanto tempo transcorrido, a civilidade ainda não bateu em todas as portas.<br />
Gestos como um simples bom dia entre estranhos, ceder qualquer lugar que seja para um idoso ou uma gestante, simplesmente não fazer tumulto na fila do ônibus são atos que praticamente se desfamiliarizaram para massas de indivíduos. Mas a incivilidade não anda apenas por trás das gentilezas suprimidas, chegamos a um ponto em que a ética, moral, higiêne, educação e senso de comportamento se desprenderam de seus reais significados.<br />
Nos chamados lugares públicos as pessoas não podem mais transitar e desfrutar do que por lei pertence a todos. Essa expressão virou sinônimo de vadiagem, agressão e sujeira gratuita. Calçadas alheias viraram privada para os animais de estimação, praças ao ar livre transformaram-se em palco de homicídios e o terreno baldio pode agora ser usado como lixão, ja que não pertence a ninguém, supõe-se.<br />
A intolerância religiosa, sexual, regional e pessoal que ainda possuía um mínimo de descrição ja não é suficiente para a população insatisfeita. Querem colocar a boca no trombone mesmo, falar o que pensa, dizer o que vier na "telha" e por que não? A impunidade é uma utopia por aqui. Aliás, o Brasil é um lugar público então vamos avacalhar.<br />
Os revolucionários atuais que querem mudar drasticamente a sociedade em que vivem, confundem o conceito de anarquismo com bagunça e desrespeito. Precisamos ser governados, ao contrario destruiriamos uns aos outros. A humanidade não consegue estruturar-se sozinha, mas nada que alguns milênios não façam a diferença.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-53545438037786195672011-05-13T14:34:00.001-03:002012-10-29T18:21:39.874-02:00Igualdade amorosa Recentemente o Brasil mostrou ao resto do mundo que é mais do que um país de negócios, se tornou mais humano e acolhedor, conciliando justiça e respeito à toda população. Com a aprovação da união entre homossexuais pelo Supremo Tribunal Federal, firmou o conceito de igualdade que para alguns brasileiros ainda deixava a desejar.<br />
Uma nova época começa no país, uma época de amor e cidadania. São tempos onde qualquer um é livre para descobrir-se, revelar-se e amar sem limitações embora ainda exista, e imagino eu que sempre existirá, um preconceito esclarecido de grupos isolados.<br />
Infelizmente, tenho conhecidos e até pais de conhecidos que acham um absurdo tal aprovação, não disfarçam a homofobia e nem sequer tentam se informar mais sobre o assunto, ou melhor, ser mais sensível à situação. É uma pena conviver com pessoas que pensam que apenas homem e mulher têm o encaixe perfeito.<br />
Outra barreira para os homoafetivos é a Igreja Católica e alguns de seus adeptos. Não ataco a doutrina divina, pelo contrário, só penso que se Ele próprio pregava o amor, por que insignificantes seres humanos como nós iríamos impedi-lo de acontecer, independente dos sexos envolvidos?<br />
Precisamos ser mais flexíveis a ponto de ter a cabeça disponível para receber novas concepções. A humanidade só irá para frente se os próprios humanos derem o primeiro passo e derrubarem todos os obstáculos que os impedem de ser inteiramente felizes. Somos capazes de evoluir e somos capazes de respeitar o amor do próximo.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-16539698117131371242011-03-08T22:07:00.007-03:002012-10-29T18:23:51.745-02:00A sociedade enoja o homem<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj95824t-I0MqNRZw8HHj-bHJRmCAVb3brWFwKqn4XT0JbdmKo9NIhPAy1j102pQnCaxUm83WVvinK3NDIZvbRBFCaPRKfeGO7Aajubk9qqDk_cIJASH41QrEhMEChJ_ze7qPqm89jvOcE/s1600/Pobreza3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj95824t-I0MqNRZw8HHj-bHJRmCAVb3brWFwKqn4XT0JbdmKo9NIhPAy1j102pQnCaxUm83WVvinK3NDIZvbRBFCaPRKfeGO7Aajubk9qqDk_cIJASH41QrEhMEChJ_ze7qPqm89jvOcE/s320/Pobreza3.jpg" width="320" /></a></div>
O poder é uma arma admirável, uma arma que usada com a inteligência necessária poderia governar e beneficiar o ser humano de uma forma racional, mas hoje, nessa sociedade gananciosa qual é o real valor dele? Quais foram as vantagens para quem depende inteiramente de forças superiores?<br />
Trabalhadores abaixam a cabeça e aceitam o salário de 545 reais para sustentar a família que vive bem aos olhos do governo. Onde o trabalho digniza o homem? Onde o torna nobre? Não é orgulho nenhum subsistir e assistir o sutil aumento de mais de 60% no salário dos senadores enquanto seu filho está fora da escola catando latinhas para aumentar a renda da casa.<br />
Somos dominados e escravizados por uma elite que contenta-se em jogar as migalhas para os demais e estes que se virem, tendo uma, cinco ou dez bocas para sustentar. Parece que o maior erro da população é ter filhos, pois para os poderosos um salário mínimo é suficiente para uma vida confortável.<br />
Construímos casas em morros, perdemos tudo, móveis, aparelhos eletrônicos, pessoas e como se não fosse suficiente somos apontados como culpados por construir uma singela moradia em áreas de risco. Depois de tudo abaixamos a cabeça novamente, cimentamos tijolo por tijolo, madeira por madeira ou o que quer que seja e seguimos em frente, afinal, nascemos assim e morreremos assim porque ascensão de classe social é impossível numa sociedade egoísta.<br />
Onde está a filantropia e o altruísmo? A sociedade precisa ser consertada, nós seres humanos não precisamos de ajuda, precisamos de justiça. Somos engolidos pelos poderosos deixando suas barrigas cheias enquanto a nossa permanece vazia, pois esse mês usamos o dinheiro do pão para pagar a conta de luz.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-47257248435002661412011-01-16T20:26:00.004-02:002011-01-16T22:33:21.091-02:00AutocontroleQuero sim todos os sorrisos do mundo, toda simplicidade da vida, toda pureza da flor.<br />
Pode me chamar de egoísmo: o comedido, o recatado, o indolor.<br />
<div class="para"><wbr></wbr></div>Mas sou uma criatura inocente, que anseia gente, o teu sabor;<br />
Roubo apenas um pedaço, do seu abraço, teu calor.<br />
E não me culpo por ser assim, acrescentando tanta emoção;<br />
Quero mesmo é filtrar, toda palavra, sua atenção.<br />
Não me contento com a alegria, com a luz e com gratidão<br />
A vida é mais que isso, eu me ofereço a imensidão.<br />
E digo certa e simplesmente, se me abordarem qual é a intenção<br />
Sou egoísta e sem limites<br />
Me ensinei essa lição.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-24123290636039297452010-10-18T14:46:00.004-02:002012-10-29T18:27:37.632-02:00Moldar-se<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-PmkecCkC53ONR5zFzdoMn7WEaiJecvb0JSKnj_4HnSSZZMCVLf6fpiO9rZ7M0mCItu0J0WDhB6YKQaf7XxX4kb-ba3zLuKEKfPrqVr486Kr5sx4dqjuIyMeHLrVwMFWKimpPH1fFDcY/s1600/mascaras_de_teatro2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="144" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-PmkecCkC53ONR5zFzdoMn7WEaiJecvb0JSKnj_4HnSSZZMCVLf6fpiO9rZ7M0mCItu0J0WDhB6YKQaf7XxX4kb-ba3zLuKEKfPrqVr486Kr5sx4dqjuIyMeHLrVwMFWKimpPH1fFDcY/s200/mascaras_de_teatro2.jpg" width="200" /></a> Os sentimentos são mesmo inspiradores, fazem com que algo aqui dentro da gente trabalhe positivamente gerando vínculos de grande importância. Abastecem a alma, o coração e preenchem as cores opacas da vida, dando luz à pontos enegrecidos. Alteram até mesmo nossas expressões, pincelando com leveza e emoção; e a fala, tão rude e grosseira se torna mais suave, já que tudo ao redor se transformou.<br />
Por pior que seja ter um coração gélido, pior ainda é perder a oportunidade de aquecê-lo. À medida que nada é definido para sempre e nada é impedido de mudar, moldar-se custa pouco e este pouco é imensidão.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-51750245370394195302010-09-26T20:19:00.002-03:002010-09-26T20:22:15.026-03:00If you want blood (You've got it)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXZiewmBSy0liLbODzHKrv3e94lsncnGp0hGs-4v7njC2xQWQVjHrWKFex8jc3m3mkR10MPVn9C89-MqP3KIR9gmag6vfVbcA1SZc0RpAB4_Pt9MZpNvwZqLYpsmc7SxXMJH_WprSIgWY/s1600/interview-with-the-vampire.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXZiewmBSy0liLbODzHKrv3e94lsncnGp0hGs-4v7njC2xQWQVjHrWKFex8jc3m3mkR10MPVn9C89-MqP3KIR9gmag6vfVbcA1SZc0RpAB4_Pt9MZpNvwZqLYpsmc7SxXMJH_WprSIgWY/s320/interview-with-the-vampire.jpg" width="320" /></a></div>Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-54418531007703637662010-05-13T21:33:00.007-03:002012-10-29T18:28:43.886-02:00Cenário de horroresComo quem tudo desacredita,<br />
Refugiou-se no luar<br />
E no triste e frio cenário de amores<br />
Resolveu desabafar.<br />
Chorava, lágrimas vermelhas de rancor<br />
E por mais injusto que fora<br />
Culpou-se pela própria dor.<br />
Dera tudo, fora escravo<br />
Entregara-se com paixão,<br />
Mas a alma doce e ingrata<br />
Invalidou seu coração.<br />
Desprezado, desgraçado<br />
Implorou por atenção,<br />
Satisfazia-se com pouco<br />
Um vestígio de compaixão.<br />
O pobre, tolo e manso <br />
Iludira-se com uma atriz<br />
Riu prazerosamente, a infame do infeliz.<br />
Pediu perdão, envergonhara-se<br />
Pelo afeto oferecido<br />
Seu amor não era nada<br />
Ao final, foi esquecido.<br />
Percebera o grande erro,<br />
Dedicar-se por alguém<br />
Desolado, abandonado<br />
Perdera a vida para outrem.<br />
Sua paz também se foi,<br />
Assim que o luar desapareceu<br />
E com os olhos entreabertos<br />
A quietude o adormeceu.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-12050067589334038832010-04-21T21:09:00.006-03:002013-08-04T14:13:22.726-03:00Pontos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1FHCrrSVpe7Hq4Z-Yin6J4dorHicuU85q1teRgvux1lNaVoxxnNeSDXFrHFdE1hqWKQmLMedEvq6QTLoaQWUj8iK9i9jwVNS8jHduhpx9I-kuARvUMewKHxln0qzIw9BFQVDADLh2qEw/s1600/agulha-e-linha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1FHCrrSVpe7Hq4Z-Yin6J4dorHicuU85q1teRgvux1lNaVoxxnNeSDXFrHFdE1hqWKQmLMedEvq6QTLoaQWUj8iK9i9jwVNS8jHduhpx9I-kuARvUMewKHxln0qzIw9BFQVDADLh2qEw/s320/agulha-e-linha.jpg" width="320" /></a></div>
Linha.<br />
Agulha.<br />
Linha e agulha estão predispostas a trabalharem paralelamente consertando todas as falhas do passado. Remendam remorsos, escodem feridas, costuram os erros para que um novo presente seja formado esquecendo-se os deslizes cometidos. Linha e agulha. Agora já não há mais arrependimentos, culpas pesando o coração. Tudo se foi, tudo se criou novamente. Surge um novo ser, um ser humano livre de preocupações, acusações. O passado virou lenda, as mágoas se apagaram e a mente se fechou. Linha e agulha. Se uma nova fresta desabrocha reabrindo o que se fechou, entram em ação novamente pondo em ordem o desordenado. Dever cumprido, é assim que tem que ser. Entretanto, linha e agulha olham o trabalho feito e não gostam da imagem vista, não. Muitos pontos agrupados, mal colocados. Concluem elas que são cicatrizes. Cicatrizes de um passado esquecido, enxotado. Cicatrizes de lembranças impagáveis mas apagadas, riscadas da alma e do tempo.<br />
Linha.<br />
Agulha.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-75028658176588956022010-04-19T17:04:00.013-03:002012-10-29T22:18:18.900-02:00Fim de jogo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqcdeW72e6jQ1DGursX3TCuFjZ6HQ-GLcbz_xXxUREottxrbq8BcvR5oI_OvMR4N0zwSo9T4jKzVBcyLyT9oatjLpmyg904zg-ttDiHHYyeQJVu3Xu9ZzCnAYnmvaxXt5F0IkQ2CwcI8w/s1600/CheckmateD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqcdeW72e6jQ1DGursX3TCuFjZ6HQ-GLcbz_xXxUREottxrbq8BcvR5oI_OvMR4N0zwSo9T4jKzVBcyLyT9oatjLpmyg904zg-ttDiHHYyeQJVu3Xu9ZzCnAYnmvaxXt5F0IkQ2CwcI8w/s320/CheckmateD.jpg" width="244" /></a></div>
Manipulo precisamente cada peão do meu tabuleiro. Jogada certeira, fatal. Cada passo é estudado, milimetrizado para não haver vestígios de derrota. Conheço o adversário, cada um deles. Conheço cada ideia, cada movimento estrategicamente planejado. Penso como eles, jogo como eles, sinto e analiso como cada um. Blefo, que bela ferramenta. Tombo-os lentamente abrindo passagem pelos demais, estes recuam, enfraquecem. Vou recolhendo suas dignidades que se perderam em meio o preto e o branco sob os pés, honra, moral espalhadas pelo chão. Tropeço em algumas delas, mas consigo alcançar a outra extremidade da disputa. Arrisco uma olhadela, contemplo os corpos que estirei. O alívio penetra, o orgulho absorve. Xeque mate!Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-70171585843963692222010-03-26T18:41:00.000-03:002012-10-29T18:35:12.249-02:00All Secrets Now<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxI3e1eJBgn-fjvSt4k7zasq8ibn7tWiXMsGlkuMtfJv4TzSk7ldJeOXkoIts0fevc-nFywz-OsUDed9GAnP0sBEAG6W3Ftq7u_Xp7Zop2UqcK5yIln3Wuad_Eg85RB2QHTuwWjo8l_Dk/s1600/Foto_A0300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="153" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxI3e1eJBgn-fjvSt4k7zasq8ibn7tWiXMsGlkuMtfJv4TzSk7ldJeOXkoIts0fevc-nFywz-OsUDed9GAnP0sBEAG6W3Ftq7u_Xp7Zop2UqcK5yIln3Wuad_Eg85RB2QHTuwWjo8l_Dk/s320/Foto_A0300.jpg" width="320" /></a></div>
Me deixa. Toda essa sua hipocrisia me enoja. Diz que diz, diz que fez, diz que sente. Será mesmo? Me poupe dessa sua vulnerabilidade e sentimentalismo barato, nunca foram convincentes o bastante para me envolver ou para quem dera julgar o certo do que não foi provado. Finja, isso mesmo. Me comove tanta falsidade e tanto desapego. Sinto inevitável necessidade de acordar-te, salvar pelo menos a parte livre de atuação, mas sinto pena. Esta lastimável pena que me deixa imóvel, perplexo, inconsciente. Por frações de segundos penso ter visto qualquer brilho de lucidez, engano meu. Apenas reflexo. Aliás, reflexo é a palavra ideal para julgar-te. Reflexo de tudo aquilo que totaliza-se ao seu redor. Reflexo da maldade, da benevolência e da coragem. Reflexo de caráter e todos os papéis que conseguistes memorizar. Liberte-se, da maneira que bem entender. Peço apenas que não deixe que o seu lírico morra de vez sufocando todas as supostas emoções que continuam ai dentro. Presas, reprimidas, ESMAGADAS.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-47372796433200100312010-03-23T21:24:00.001-03:002012-10-29T18:36:31.051-02:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYAqgg_9sPpkYhbGxIEP-vTLMfZm-ugRIIn0loZp6D0-dC5dsSmSZT2KI7ih0gTU88b7h8dm4MhZOBKo41Wxt_kBd6ldA1tHVnzyQ1Pc1mX_uZmgK0GlxKf3quWHZjXHxqsG7muhky18k/s1600-h/lua_noite-dia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYAqgg_9sPpkYhbGxIEP-vTLMfZm-ugRIIn0loZp6D0-dC5dsSmSZT2KI7ih0gTU88b7h8dm4MhZOBKo41Wxt_kBd6ldA1tHVnzyQ1Pc1mX_uZmgK0GlxKf3quWHZjXHxqsG7muhky18k/s320/lua_noite-dia.jpg" width="320" /></a></div>
Não me entenda como sendo uma descrente sem expectativas. Realista sou, apenas. Acredito no que vejo e no que sinto, o que as outras pessoas confrontam só cabem a elas, não à mim. O meu papel é entender como convivem com tantas emoções, sentimentos, euforias. Transbordam em risos, em choros, em velas. Eu fico acuada como quem espera a sua vez, tornando cada segundo menos dolorido, mais aceitável. Nada de fôlegos escassos, coração acelerado demais. Só funciono no ritmo normal, ou talvez demasiado lento. Fria não, calculista eu diria e a cada cálculo feito, mais um descarte. Sobram poucos, quase nenhum. E o pouco que me resta já me é o bastante. Incostante, admito. Não quero nada, quero tudo. Simultaneamente.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-72999447788426766412010-03-03T19:49:00.001-03:002010-03-03T19:50:31.573-03:00TELL ME MORE GEORGIE BOY, TELL ME MORE...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzT9bDg7cqyPwV-gsU69fnMAfIqs74BzbOuGqJnrJA4pSa7Pf5MH4zIxQJNuMCgWJNFZZYNVakNzLZAKgdRga6iev595v6mHdM_VT0lV0d_Bhn65x9u6yF5v3xm1vuHeQyQl0aK9_Lnh8/s1600-h/lara2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzT9bDg7cqyPwV-gsU69fnMAfIqs74BzbOuGqJnrJA4pSa7Pf5MH4zIxQJNuMCgWJNFZZYNVakNzLZAKgdRga6iev595v6mHdM_VT0lV0d_Bhn65x9u6yF5v3xm1vuHeQyQl0aK9_Lnh8/s400/lara2.jpg" width="400" /></a></div>Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-86574092355766345952010-02-20T15:45:00.001-02:002012-10-29T18:41:41.732-02:00Acerto de contas Há quem tenha pena por eu estar sentado nesta cela, por eu ver todas as manhãs o sol nascer quadrado e por eu viver em conflito com o meu próprio ser. Sinceramente eu até prefiro que tenham essa compaixão pela minha suposta insanidade, nunca fui muito bom em compartilhar a felicidade e a paz de espírito, mas eu lhes asseguro, minha lucidez e minha honra só se firmaram mesmo quando perfurei aquela carne.<br />
Lembro de cada detalhe como se fosse a última coisa ocorrida nos segundos passados. Ela me desafiava com aqueles olhos traiçoeiros, entretanto, eu podia sentir o medo que lhe escorria pela espinha e a piedade que ela desejava desesperadamente.<br />
Agarrei-a pelos cabelos ondulados e comecei a esfolar sua pele lentamente até que seus gritos se tornassem cada vez mais estridentes. Ela se rendia e pedia por favor, mas eu só conseguia ouvir o som da minha risada que penetrava aquele cômodo como música celestial. Senti prazer ao ver aquele líquido vermelho deslizando pela pele clara e levei o sangue até a boca para saborear o gosto da vitória. Dei-lhe um último beijo na face e tracei um risco profundo em seu pescoço.<br />
Ninguém fica impune quando se destrói um coração.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-36074941919766732992009-11-17T19:38:00.000-02:002012-10-29T18:54:17.254-02:00O segredo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ_3uyKm-pAu8tRaq6iDpcJYu6RqBaUf83pQwCrRUkUz0byMzsNSl6_RwNjv1u4pnuYIfq43z3VXeRZv0-T4sujPWysMilV-sR9UuJFh91A-Plf6SX9dbU2bCS9aGKBYKoWBBnt7x7mE0/s1600/img.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ_3uyKm-pAu8tRaq6iDpcJYu6RqBaUf83pQwCrRUkUz0byMzsNSl6_RwNjv1u4pnuYIfq43z3VXeRZv0-T4sujPWysMilV-sR9UuJFh91A-Plf6SX9dbU2bCS9aGKBYKoWBBnt7x7mE0/s320/img.jpeg" /></a></div>
Chegue mais perto, vou lhe contar uma história. É breve e insignificante assim como minha vida que também recebe esses atributos. Ao longo dessa minha existência que com alguns pesares custa a passar, conheci muitas pessoas, mas passaram por mim e disseram-me adeus tão rápido que não consegui guardar nitidamente a forma, o tamanho e a cor dos seus rostos, muito menos os seus nomes se é que me esforcei um dia para decorá-los. Algumas dessas pessoas eram amáveis no início, como luzes que iluminam os dias e as horas, mas tornaram-se amargas e arrogantes em questões de segundo, como se fosse uma bipolarização instantânea. Outras pessoas não tinham o prazer da transformação, eram amargas e arrogantes por si só.<br />
Eu me esforcei e tentei entendê-las, compreender seus sentimentos mais íntimos e alcançar os seus desejos, mas foi em vão. Todos os meus esforços foram ofuscados e fiquei observando de longe, descobrindo aos poucos que quem despertava a arrogância e o desprezo nas pessoas era justamente eu, impulsionado pelo meu ceticismo e minha apaticidade. Confesso que foi dolorido aceitar essa realidade, mas me conformei como todo bom entendedor. Não nego que por algumas poucas vezes tentei alguma nova aproximação, mas o céu que até então era vivo, com a minha chegada se tornava nublado e uma tremenda tempestade ameaçava cair. Me acomodei nos pensamentos soltos que navegavam entre o tédio e a solidão, agora que havia descoberto o segredo que me cercava não ousaria causar transtornos a mais ninguém.<br />
Esqueci de citar que minhas tardes eram em companhia de uma cadeira de balanço que rangia toda vez que recebia o peso do meu corpo vazio e gelado, gelado como que anunciando que o fim estava próximo. Próximo mas que ainda me torturava com minha solidão medíocre e eterna, mesmo que eu quisesse revertê-la no fim do dia. Observa-se que tenho um grande apreço por essa minha cadeira, que mesmo obrigada continua movimentando a brisa em meu rosto, bem sabe-se que se tivesse vida própria também fugiria de mim, assim como todas as outras pessoas, descartando-se dessa velha e inapropriada pedra no sapato.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-66444832165486761362009-08-18T19:48:00.006-03:002012-10-29T16:09:40.933-02:00Apenas a guerra merece fidelidade<br />
Caminhava pela rua trazendo um sorriso estampado radiante em seu rosto, embora a guerra tivesse lhe tirado a juventude e o ânimo predominantes, traços de sua antiga beleza destacavam-se por entre as olheiras e os fios grisalhos. No braço esquerdo trazia uma mochila com pouquíssimos pertences, entre eles seu uniforme de soldado que havia lhe proporcionado muitos méritos e com a mão direita trazia um par de rosas vermelhas que escorregavam por entre os tocos dos dedos que lhe restavam. No bolso interno da camisa carregava a foto de sua bela esposa, um sorriso gracioso e um olhar apaixonado que encarava seu fotógrafo, o retrato possuía inúmeros riscos brancos devido a quantidade de vezes que havia sido desdobrado, não cansava de olhar aquela imagem, era como um colírio para os olhos depois de uma maré de sofrimento.<br />
Agora estava bem à frente de sua casa, seu lar. O coração acelerava teimando em saltar pela boca, suas pernas estremeciam e vacilavam ao subir os degraus da escada. Uma força surpreendente lhe invadia o peito, há quanto tempo esperara por aquele momento? Há quanto tempo desejara ardentemente rever aquele cabelo comprido, aquela boca avermelhada?<br />
Experimentou a porta, estava destrancada. Entrou lentamente evitando ao máximo qualquer rugido ou som que anunciasse sua presença, avançou pela sala e encontrou espalhadas pelo chão algumas roupas e peças íntimas tanto feminina como masculina que seguiam em direção ao quarto. Seu olhar apaixonado e saudoso agora se transformara em cólera e repúdio, depositou sua mochila devagar no chão, tirou os sapatos e dirigiu-se para junto da promíscua.<br />
Estavam na cama envoltos por um sono profundo, ele a enlaçava com o braço direito e com o oposto pousava a mão em sua barriga. Em seu descanso ela nem imaginava que ele havia regressado e ele não podia acreditar que ela fora capaz de tamanho adultério.<br />
Em silêncio pegou o retrato que guardava com tanto carinho e despedaçou-o em quatro pedaços, junto com as pétalas de rosa despejou-os nos pés daquela infame e com uma lágrima ofendida saiu pela porta aberta.<br />
Apenas a guerra merecia fidelidade.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-85302775028531199272009-07-02T20:47:00.003-03:002009-07-02T20:56:40.061-03:00Amor solúvelNeste sepulcro frio e mórbido<br />Ouço os corvos cantando em luto<br />Eles sentem o sabor de sua morte<br />Lamentam-se em seu leito eterno<br /><br />A boca que um dia beijei,<br />Já não me é palpável ou ardente<br />Os carinhos que entreguei<br />Transformam-se em pó solúvel e perdem-se na quietude do vento<br /><br />Seus negros olhos vazios, banham-se com o brilho da noite<br />Essa mesma noite que castiga-me<br />Levando toda ternura e paz existentes em meu peito<br />Retirando toda a cor que penetrava minha face<br /><br />Sendo a morte assim tão dolorosa<br />Que venha ela descansar-me profundamente<br />Sou nada menos que um cadáver inexistente que perambula pela terra inerte<br />Sem rumo, sem vida, sem alma<br /><br />Ó morte que reluta em chegar<br />Busque-me rápido<br />Com o crepúsculo vindouro<br />Quero abraçá-la novamente e acordar-te deste sono<br /><br />Alivia-me desse sofrimento<br />Que dia após dia tortura-me em viver sozinho<br />Apodrecendo lentamente<br />Sem você, meu amor.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-22867482644712722142009-06-26T22:28:00.003-03:002012-10-29T22:46:20.644-02:00Ode à inveja barata Cada gota de sangue que escorre pelos olhos significa um brilho no olhar de outrem.<br />
Derrotas, decepções e escassez de sentimento manifestam alívio e glória de quem na verdade almeja pelo seu sofrimento.<br />
Quando uma vitória é dura e finalmente conquistada, um punhal é cravado no peito dos raivosos e mais uma fúria se acende.<br />
Na verdade tudo gira em um ciclo de interesses. Se não agora, depois. Cada qual se mostra digno de um ou mais defeitos, egocentrismo exagerado e manipulação constante.<br />
Até chega a pensar que poderia reverter o quadro, mas quanto mais tenta, mais se afunda.<br />
Sem escalas.<br />
Uma rotina incansável.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-73718546315024553002009-06-10T11:57:00.003-03:002012-10-29T22:16:06.890-02:00Libertação Basicamente, já estava conformada com aquela vida desprezível. Guardava aquele segredo de todos, era vergonhoso, repugnante. Revelar aquela bomba seria assumir um atestado de inferioridade, preferia deixar como estava, até que um dia ele finalmente cansasse. Quem a via na rua não imaginava que por trás daquele rosto bonito na verdade só restasse dor e um pedido de ajuda, fazia de tudo para que não transparecesse que estava sozinha, passava uma imagem forte, confiante, mas sabia que era totalmente o oposto.<br />
Não havia sequer um dia que não rezasse para aquele tormento parar. Deus entretanto, ou qualquer outra força superior, não a ouvia. Todas as suas preces e orações se tornavam ecos em seu quarto, com o tempo desistiu de pedir proteção.<br />
Mais uma noite, dessa vez estava preparada. Ouviu passos no corredor, já sabia que era ele vindo procurá-la. Ficou recostada na cama enquanto ele vinha lhe afagar o corpo, tampou sua boca com a mão direita e a penetrou. Ele sentia prazer, sentia-se excitado em machucá-la, era nojenta a forma que a tocava e nojenta a forma como gemia com cada orgasmo.<br />
Mas aquilo teria um fim...<br />
Enquanto ele fazia movimentos frenéticos em cima dela, enquanto ele abusava de alguém do seu próprio sangue, não hesitaria. Agora ela tinha coragem, a coragem que antes lhe era reprimida, não tinha medo de acabar com tudo aquilo, com uma faca que havia pegado da cozinha terminaria aquele caos. Agora poderia dormir sem se preocupar em deixar a porta aberta. Contou até três e cravou a faca nas costas do pai.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2563855313138602838.post-36845335548582518292009-06-05T20:31:00.005-03:002012-10-29T22:28:13.022-02:00Sufoco Era como se algo faltasse, sentia um vazio, tinha pena de si mesma, não tinha amor próprio. Todos lhe falavam, mas para seus ouvidos pareciam apenas palavras, simples. Sentia que estava perdendo seus amigos, mas no fundo não era sua culpa, entendia que os outros desconheciam seu desprezo pela vida e o que faziam era apenas recrimina-lá.<br />
O problema estava dentro dela mesma, precisava assumir um lado e adquirir autoconfiança, precisava travar uma batalha com seu próprio ser e necessitava sim, ganhar aquela guerra. Mas como vencer se não tinha esperança? Todos os sonhos que idealizava eram dissolvidos em névoa, não tinha força para terminar algum projeto insignificante, sentia que cada vez mais se afundava, mas como sair daquela escuridão se nem mesmo sabia qual era o motivo de tanta angústia?<br />
Os sons, as imagens, com o tempo foram ficando distorcidos, sem nexo, sem razão, para cada lado que olhava via nos olhos das pessoas uma cobiça, sede de vitória, vingança, tudo girava em torno do dinheiro e o dinheiro girava em torno das pessoas. Momentaneamente acreditava que a ideia que visualizava dos outros era apenas um esconderijo para a sua própria personalidade, não queria aceitar que era materialista, insensível e intolerante, mas se ela mesma era assim, por que tais indivíduos a incomodavam tanto? Estava confusa, perdida em meio à turbilhões de pensamentos, precisava decidir o caminho a seguir, mas qual seria o certo?<br />
Tantas perguntas, tantas dúvidas e nenhuma resposta, rejeitava toda e qualquer ideia que lhe vinha à mente, era como se suas opiniões e escolhas fossem as mais repugnantes, as mais absurdas, não sabia o que era melhor para si e não queria que ninguém lhe ajudasse. Observava pela janela e ficava com o olhar fixo em um ponto irreconhecível, ilegível, pensamento oculto, olhos vagos. Será que um dia poderia se libertar dessa dor? Será que um dia descobriria que era só uma fase? Sem resposta, ficou sentada esperando o sufoco passar.Priscila Belascohttp://www.blogger.com/profile/05846204642943850185noreply@blogger.com0