sexta-feira, 26 de março de 2010

All Secrets Now

   Me deixa. Toda essa sua hipocrisia me enoja. Diz que diz, diz que fez, diz que sente. Será mesmo? Me poupe dessa sua vulnerabilidade e sentimentalismo barato, nunca foram convincentes o bastante para me envolver ou para quem dera julgar o certo do que não foi provado. Finja, isso mesmo. Me comove tanta falsidade e tanto desapego. Sinto inevitável necessidade de acordar-te, salvar pelo menos a parte livre de atuação, mas sinto pena. Esta lastimável pena que me deixa imóvel,  perplexo, inconsciente. Por frações de segundos penso ter visto qualquer brilho de lucidez, engano meu. Apenas reflexo. Aliás, reflexo é a palavra ideal para julgar-te. Reflexo de tudo aquilo que totaliza-se ao seu redor. Reflexo da maldade, da benevolência e da coragem. Reflexo de caráter e todos os papéis que conseguistes memorizar. Liberte-se, da maneira que bem entender. Peço apenas que não deixe que o seu lírico morra de vez sufocando todas as supostas emoções que continuam ai dentro. Presas, reprimidas, ESMAGADAS.

terça-feira, 23 de março de 2010

   Não me entenda como sendo uma descrente sem expectativas. Realista sou, apenas. Acredito no que vejo e no que sinto, o que as outras pessoas confrontam só cabem a elas, não à mim. O meu papel é entender como convivem com tantas emoções, sentimentos, euforias. Transbordam em risos, em choros, em velas. Eu fico acuada como quem espera a sua vez, tornando cada segundo menos dolorido, mais aceitável. Nada de fôlegos escassos, coração acelerado demais. Só funciono no ritmo normal, ou talvez demasiado lento. Fria não, calculista eu diria e a cada cálculo feito, mais um descarte. Sobram poucos, quase nenhum. E o pouco que me resta já me é o bastante. Incostante, admito. Não quero nada, quero tudo. Simultaneamente.